Não definir claramente as características desejadas para o produto, antes de iniciar o desenvolvimento, é uma das causas frequentes de atrasos, perda de tempo, gastos desnecessários, retrabalhos e dor de cabeça para quem produz qualquer produto. Com sorvete não é diferente.
Um briefing bem feito não é coisa só para empresa grande, muito pelo contrário, deve ser usado por todos, da produção caseira aos grandes volumes. Pode acreditar, se você pensar com cuidado antes no que quer produzir vai te economizar muita dor de cabeça. Em nosso “ensaio inicial” sobre variações possíveis na produção de Gelados Comestíveis (GC) mostrei que diversas características definem o produto. Estas características são parte da orientação para o briefing.
O briefing é tão importante, que muitas vezes resulta na decisão de não seguir com o desenvolvimento, não lançar o produto ou fazer os ajustes no começo. Ele te ajuda a otimizar os recursos e esforços para conseguir o melhor resultado.
As perguntas a serem respondidas têm na prática pouca variação entre as empresas, mas a origem das informações pode variar, assim como a ideia (ou necessidade) do produto pode ter vários objetivos. Abaixo listo alguns motivos para desenvolvimento:
• COMERCIAL: oportunidade (ou necessidade) para atender os clientes atuais, conquistar novos clientes, frear a atuação da concorrência.
• MARKETING: inovar a linha de produtos, destacar a empresa frente aos concorrentes, seguir tendências.
• FINANCEIRO / COMPRAS: redução de custo, substituição ou homologação de fornecedor.
• TÉCNICO: melhoria de qualidade, adequação regulatória, correção de defeitos.
• INDUSTRIAL: adequar produtos a novos equipamentos e tecnologias, aumento de produtividade, redução de perdas.
Eu recomendo ao menos duas reuniões iniciais para discutir o briefing. Uma de entrada, quando o desejo da empresa é discutido (e alguns alinhamentos iniciais são feitos). Outra para uma devolutiva, quando as solicitações foram avaliadas com maior critério e os pontos críticos identificados.